Olhando em volta, percebi que estava perdido em meio a cidade, mesmo tendo saído da Saber há pouco tempo. Minha casa ficava para direita, mas não era para lá que eu iria. A Mestre de minha nova guild parecia confiante - meio maluca-, mas também muito forte, assim como os outros que eu vira quando saíra de lá. O primeiro pensamento que veio a minha mente era que deveria treinar e treinar sem parar em meu tempo livre, principalmente antes de pegar uma missão, mesmo que de rank D.
-Me oriente, por favor - pedi a Tomoe, desistindo.
Ele assentiu e me levou até a casa familiar do velho que treinara comigo antes. Não precisei nem mesmo bater na porta e ele a abriu, com o sorriso gentil de sempre. Não perguntou o que eu queria e apenas acariciou a cabeça de Tomoe enquanto voltava para dentro por um instante e pegava sua espada reluzente prateada, gêmea da da minha Rouichi.
Fomos juntos em um silêncio comum entre nós até nosso lugar particular de treino: uma grande clareira no meio da floresta, onde uma enorme cachoeira se estendia vinda de não se sabe onde por cima das árvores.
-Nostálgico - comentou o velho e virou-se então para mim, que estava colocando Tomoe no chão e começando a esticar meus membros - Você resolveu treinar por entrar naquela guild, não?
Eu assenti de leve. Não conseguia esconder nada do velho. Nunca conseguira. Desabotoei três botões e mostrei-lhe a marca da Saber. O velho parecia orgulhoso, mas no segundo seguinte, sem o menor aviso, pegou a espada rapidamente e avançou na minha direção.
Consegui desviar por muito pouco e vi com o canto do olho o momento em que a espada dele afundou no chão no lugar onde eu estava segundos antes.
-Mas o que...? - perguntei surpreso, mas ele já avançava para mim novamente.
Rangi os dentes e corri o mais rápido que pude em direção a minha espada. Tomoe havia corrido para perto da água e olhava fascinado para lá, ignorando-me completamente.
Quase fui acertado meia dúzia de vezes pelos cortes fortes do velho - um deles chegando até a cortar minha camisa na manga. Mas enfim conseguia agarrar Rouichi desesperadamente e aparar o próximo golpe dele, a espada passando perto demais da minha pele para meu gosto.
-Está descuidado e com a guarda baixa - resmungou o velho, enquanto afastava um passo e voltava a atacar com a espada.
Desta vez, eu estava preparado para aparar o golpe dele e contra atacar com agilidade suficientepara fazê-lo cambalear.
-Vou me vingar pelo seu golpe surpresa, jii-chan - eu sorri, balançando a espada em círculos e correndo até ele. O velho me lançou um olhar revigorado e desviou rapidamente - mas que velho!
Ficamos nessa luta provocativa por cerca de trinta minutos e eu conseguia sentir que treinar debaixo de um sol quente não era a melhor ideia para mim, que tinha uma pele mais branca do que a neve. Ganhei um corte no pulso quando desviei o olhar por um segundo para ver se Tomoe estava na sombra.
Suspiro. Esse velho não me deixa escolha.
No momento, seguinte, eu estava me concentrando. A transformação era estranha para mim agora, já que passara tanto tempo escondendo minha verdadeira natureza.
Caudas, mais especificamente nove, brotaram e ficaram balançando-se atrás de mim e orelinhas fofas cairam sobre meus cabelos. Agora você vai ver, jii-chan, pensei com um sorriso.
Como o esperado, infelizmente, o velho conseguia acompanhar até mesmo minha velocidade em transformação, mas vi que ele suava mais depressa do que antes. Isso me deu forças para continuar atacando e o fiz recuar passo após passo até que ele ficasse na beirada do lago onde a cachoeira desaguava. Troquei a espada de mão - o que eu vinha fazendo há algum tempo já, para que conseguisse lutar com ambas as mãos caso uma ficasse imobilizada durante a luta - e dei o golpe com o cabo da espada, fazendo-o cair estateladamente no lago de águas claras.
Me virei de costas e vi Tomoe rindo do velho. Ele era uma gracinha. Então, senti que uma mão se aproximava de uma de minhas caudas dançantes e desfiz rapidamente minha transformação, dando um pulo de três metros para frente.
-Ha! Não vai me pegar em um truque tão bobo, jii-chan. Pelo menos a consciência de que as minhas caudas são um ponto vulnerável, eu tenho. Tenho atenção redobrada nelas, assim como em Tomoe - esclareci, olhando para a figura molhada do velho.
Ele se levantou e bateu no meu ombro de leve.-Ainda bem. Você cresceu um pouco - disse ele. Eu observei incrédulo ele pegar a espada e ir em direção as árvores pelo caminho que deixava a clareira e ia para a cidade. - Então, pode treinar sozinho agora. Tenho coisas a resolver. Até mais - disse ele simplesmente e balançou a mão enquanto sumia nas árvores.
Sinceramente, pensei e balancei a cabeça. Sem o velho, luta de espadas estaria fora de cogitação. Então, concentração ao ambiente.
Retirei com cuidado a minha camisa rasgada e terminei de rasgar a manga, enrolando-a em meu pulso cortado.
Fui delicadamente me sentar debaixo da cachoeira, deixando que as água frias refrescassem meu corpo, escorrendo pelo meu peito. Fechei os olhos firmemente e tentei sentir as coisas ao meu redor. O sol queimando a minha pele - protetor para que te quero -, o vento balançando de leve as folhas, Tomoe sussurrando sozinho ali perto... E expandi ainda mais minha audição. Ninguém por perto.
Eu adorava ficar assim, concentrado em tudo e em nada ao mesmo tempo. Era o meu melhor jeito de treinar concentração para magias ou mesmo a percepção ao redor.
Após ficar desse modo por quinze minutos, eu balancei a cabeça e me levantei, já a procura de algo para fazer - sempre que passava muito tempo escançando ou parado, a imagem daquelas pessoas paradas na frente da guild me voltava e eu tinha forças redobradas.
As árvores eram o que eu tinha de apropriado, então resolvi usá-las. Pendurei-me em uma delas e fui subindo até chegar ao topo; a vista era linda, mas não queria me distrair com isso. Pulei até a outra árvore, treinando o meu equilíbrio. Não fui muito bem e estava em queda livre até que uma das minhas causas liberadas no sufoco agarrou-se a um galho.
-Yare, isso foi perigoso. É por essas e outras que eu tenho que treinar - suspirei e fiz outra varredura na área para identificar onde Tomoe estava. Por mais que fosse uma área deserta, nunca se sabia onde poderia aparecer um inimigo e Tomoe era importante o suficiente para que eu ficasse de olho nele.
O treino de equilíbrio, força e agilidade estava sendo útil e se estendeu por mais tempo do que o desejado, mas o melhor era que minhas articulações ou músculos nem mesmo latejavam; eu sempre tivera uma boa preparação física.
Voltei para a clareira e acariciei Tomoe, bebendo um pouco da água fresca do lago.
-Aonde o jii-chan foi? - peguntou Tomoe com a voz doce e o dedinho na boca. Não aguentei tamanha provocação e abracei-o com força, esfregando minha bochecha na dele. Sentei-me e o coloquei no meu colo, cruzando as pernas e observando cada detalhe de seu corpo diminuto.
-Aquele velho maluco tem os problemas dele e não pode me ajudar por mais que poucas horas. Mas eu não o culpo; ele cuidou de mim por dois anos. Não quero que ele se canse demais. Agora, a responsabilidade é minha - respondi delicadamente, afastando uma mecha de seu cabelo branco e observando melhor seu rostinho. Quanto fofura!
Tomoe não respondeu e olhou para o céu. Ficamos ali por algum tempo, observando as nuvens passarem e de vez em quando contando as formas que vimos nelas. Após eu perceber que o que Tomoe via sempre eram comidas,vi que ele estava com fome. E após isso, tomei nota de minhas próprias necessidades. Treinamento exige muito do meu metabolismo.
-Fique aqui, rapozinha. Vou buscar algo para comermos. - instruí para ele, que assentiu e continuou a olhar para o céu.
Corri em meio as árvores altas, de vez em quando pulando em seus galhos como o treino anterior, mas não encontrei nenhuma árvore frutífera pela região. Apertando os lábios em desgosto, corri ainda mais para longe, expandindo meus sentidos para sentir sempre Tomoe. Após algum tempo, cheguei finalmente até algumas árvore com frutos comestíveis e subi para pegar algumas.
Tarde demais, senti uma presença desconhecida ao norte – de onde eu havia vindo.
-Tomoe! - gritei, já correndo em disparada, forçando meus músculos á um nível novo, meus pés afundando na grama e na terra. Sem conseguir controlar meu senso de perigo, forcei minha transformação e logo nove causas brancas giravam descontroladas ao meu redor, fazendo-me ficar mais ágil. Tentei ouvir gritos e sentir o perigo, mas só aquela presença estav lá, se aproximando cada vez mais de meu Tomoe.
Rangi os dentes e continuei correndo, até que um clarão de luz inundou o caminho a minha frente e a clareira se revelou. Nem mesmo cogitei desacelerar e foi certa a minha decisão.
Parados de forma sugestiva perto de Tomoe, estavam dois homens. Não consegui ver os detalhes antes de me atracar com eles, em meio a rosnados e pensamentos furiosos. Fomos os três para dentro do lago, e a água voou para todo lado.
Sem pensar duas vezes, usando minha magia, reduzi suas blusas á trapos e usei-as para amarras suas mãos, fazendo-as voltar ao normal e imitando uma corda firme. Os dois rapazes pareciam desorientados e olhavam em volta. Quando seus olhos finalmente pararam em seu agressor, ficaram espantados por um instante antes de finalmente entenderem.
-Ei, cara, tinha que ser um dos seus para vir com tanta rapidez e força. Eu nem desconfiava do que tinha me atingido - suspirou um deles, o de cabelos azuis com uma marca vermelha no rosto.
O outro de cabelos negros assentiu de leve, analisando as minhas caudas que ainda balançavam furiosamente atrás de mim. Mas agora eu não demonstrava minha raiva, como sempre. Odiava perder o controle de mim mesmo – isso era inaceitável. Se eu queria criar um bom mundo para que Tomoe pudesse passar seus dias com tranquilidade, eu tinha que ser o primeiro a ficar tranqüilo. Mas quando eu pensei em alguém tocando nele, chegando perto de sua pele branca e macia, tocando carinhosamente seus cabelos... Mão que não eram minhas...
Surpreendentemente, eu estava pensando naquelas pessoas como carinhosas com meu Tomoe e não como violentas... Então, por que aquilo me trazia um sentimento ruim no peito?
-Alex, que está fazendo com essas pessoas? - ouvi Tomoe dizer atrás de mim. Me virei e vi sua figura branca e imaculada me fitando inocentemente, as vezes desviando-se para os homens sentados encharcados no chão.
-Yosh, minha rapozinha, está tudo bem agora - eu sorri para ele, mas rosnei de leve em aviso para os homens atrás de mim. Peguei-o no colo e observei seu corpinho diminuto em busca de feridas ou arranhões, mas nada encontrei. Vendo o interesse de Tomoe nos homens, eu fui me certificar também.
-Quem são vocês e o que fazem aqui? - tom frio implícito na minha voz, tentando não assustar meu Tomoe, mas tenho certeza que eles entenderam a mensagem.
-Nossos nomes... Bem, não importa. Somos meros viajantes que estavam passando por aqui. Desculpe se o ofendemos de algum modo - começou o de cabelos azuis delicadamente e desviou os olhos pra ao aconchegado Tomoe. Eu o escondi com os meus braços para que poucas partes de seu corpo pudessem ser vistas pelos estranhos. - Nós apenas vimos essa criança na mata e pensamos que ela estava perdida... Resolvemos ajudá-la. Então, você chegou que nem um louco e nos jogou na água. Não sei o que pensar dessa situação. - explicou o de cabelos azuis, parecendo arrependido.
O de cabelos pretos continuava em silêncio. Eu não queria liberá-los; era de minha natureza matar os inimigos e proteger Tomoe, mas eu sabia bem que a história deles era realmente aceitável e bem possível.
Olhei uma vez para Tomoe, inocente em seu meio amável e voltei meus olhos para os homens e uma idéia insana me surgiu.
-Para compensar meu erro em atacá-los, eu gostaria que me ajudassem a treinar - disse eu simplesmente. O moreno ergueu uma sobrancelha e murmurou um rápido “E desde quando isso é recompensa por algo?” - É claro, se quiserem sair daqui logo - completei com um sorriso indiscreto.
-Traduzindo: está impondo uma condição para nos libertar, mago de guild? - peguntou o Azul olhando para a minha marca da Saber e eu sorri mais abertamente ainda - Bem, eu e ele não temos muito o que fazer nessa área. Aceitamos sua “proposta”
As blusas se desfizeram de suas mãos e ambos passaram os dedos pelos pulsos machucados. O Moreno parecia um pouco perturbado, mas logo se suavizou quando viu Tomoe. Eles não pareciam más pessoa,s mas eu seria cuidadoso. Queria me testar contra oponentes reais, já que o velho havia me abandonado.
Seria um dia interessante.
Ele assentiu e me levou até a casa familiar do velho que treinara comigo antes. Não precisei nem mesmo bater na porta e ele a abriu, com o sorriso gentil de sempre. Não perguntou o que eu queria e apenas acariciou a cabeça de Tomoe enquanto voltava para dentro por um instante e pegava sua espada reluzente prateada, gêmea da da minha Rouichi.
Fomos juntos em um silêncio comum entre nós até nosso lugar particular de treino: uma grande clareira no meio da floresta, onde uma enorme cachoeira se estendia vinda de não se sabe onde por cima das árvores.
Eu assenti de leve. Não conseguia esconder nada do velho. Nunca conseguira. Desabotoei três botões e mostrei-lhe a marca da Saber. O velho parecia orgulhoso, mas no segundo seguinte, sem o menor aviso, pegou a espada rapidamente e avançou na minha direção.
Consegui desviar por muito pouco e vi com o canto do olho o momento em que a espada dele afundou no chão no lugar onde eu estava segundos antes.
Rangi os dentes e corri o mais rápido que pude em direção a minha espada. Tomoe havia corrido para perto da água e olhava fascinado para lá, ignorando-me completamente.
Quase fui acertado meia dúzia de vezes pelos cortes fortes do velho - um deles chegando até a cortar minha camisa na manga. Mas enfim conseguia agarrar Rouichi desesperadamente e aparar o próximo golpe dele, a espada passando perto demais da minha pele para meu gosto.
Desta vez, eu estava preparado para aparar o golpe dele e contra atacar com agilidade suficientepara fazê-lo cambalear.
Ficamos nessa luta provocativa por cerca de trinta minutos e eu conseguia sentir que treinar debaixo de um sol quente não era a melhor ideia para mim, que tinha uma pele mais branca do que a neve. Ganhei um corte no pulso quando desviei o olhar por um segundo para ver se Tomoe estava na sombra.
Suspiro. Esse velho não me deixa escolha.
No momento, seguinte, eu estava me concentrando. A transformação era estranha para mim agora, já que passara tanto tempo escondendo minha verdadeira natureza.
Caudas, mais especificamente nove, brotaram e ficaram balançando-se atrás de mim e orelinhas fofas cairam sobre meus cabelos. Agora você vai ver, jii-chan, pensei com um sorriso.
Como o esperado, infelizmente, o velho conseguia acompanhar até mesmo minha velocidade em transformação, mas vi que ele suava mais depressa do que antes. Isso me deu forças para continuar atacando e o fiz recuar passo após passo até que ele ficasse na beirada do lago onde a cachoeira desaguava. Troquei a espada de mão - o que eu vinha fazendo há algum tempo já, para que conseguisse lutar com ambas as mãos caso uma ficasse imobilizada durante a luta - e dei o golpe com o cabo da espada, fazendo-o cair estateladamente no lago de águas claras.
Me virei de costas e vi Tomoe rindo do velho. Ele era uma gracinha. Então, senti que uma mão se aproximava de uma de minhas caudas dançantes e desfiz rapidamente minha transformação, dando um pulo de três metros para frente.
Ele se levantou e bateu no meu ombro de leve.
Sinceramente, pensei e balancei a cabeça. Sem o velho, luta de espadas estaria fora de cogitação. Então, concentração ao ambiente.
Retirei com cuidado a minha camisa rasgada e terminei de rasgar a manga, enrolando-a em meu pulso cortado.
Fui delicadamente me sentar debaixo da cachoeira, deixando que as água frias refrescassem meu corpo, escorrendo pelo meu peito. Fechei os olhos firmemente e tentei sentir as coisas ao meu redor. O sol queimando a minha pele - protetor para que te quero -, o vento balançando de leve as folhas, Tomoe sussurrando sozinho ali perto... E expandi ainda mais minha audição. Ninguém por perto.
Eu adorava ficar assim, concentrado em tudo e em nada ao mesmo tempo. Era o meu melhor jeito de treinar concentração para magias ou mesmo a percepção ao redor.
Após ficar desse modo por quinze minutos, eu balancei a cabeça e me levantei, já a procura de algo para fazer - sempre que passava muito tempo escançando ou parado, a imagem daquelas pessoas paradas na frente da guild me voltava e eu tinha forças redobradas.
As árvores eram o que eu tinha de apropriado, então resolvi usá-las. Pendurei-me em uma delas e fui subindo até chegar ao topo; a vista era linda, mas não queria me distrair com isso. Pulei até a outra árvore, treinando o meu equilíbrio. Não fui muito bem e estava em queda livre até que uma das minhas causas liberadas no sufoco agarrou-se a um galho.
O treino de equilíbrio, força e agilidade estava sendo útil e se estendeu por mais tempo do que o desejado, mas o melhor era que minhas articulações ou músculos nem mesmo latejavam; eu sempre tivera uma boa preparação física.
Voltei para a clareira e acariciei Tomoe, bebendo um pouco da água fresca do lago.
Tomoe não respondeu e olhou para o céu. Ficamos ali por algum tempo, observando as nuvens passarem e de vez em quando contando as formas que vimos nelas. Após eu perceber que o que Tomoe via sempre eram comidas,vi que ele estava com fome. E após isso, tomei nota de minhas próprias necessidades. Treinamento exige muito do meu metabolismo.
Corri em meio as árvores altas, de vez em quando pulando em seus galhos como o treino anterior, mas não encontrei nenhuma árvore frutífera pela região. Apertando os lábios em desgosto, corri ainda mais para longe, expandindo meus sentidos para sentir sempre Tomoe. Após algum tempo, cheguei finalmente até algumas árvore com frutos comestíveis e subi para pegar algumas.
Tarde demais, senti uma presença desconhecida ao norte – de onde eu havia vindo.
Rangi os dentes e continuei correndo, até que um clarão de luz inundou o caminho a minha frente e a clareira se revelou. Nem mesmo cogitei desacelerar e foi certa a minha decisão.
Parados de forma sugestiva perto de Tomoe, estavam dois homens. Não consegui ver os detalhes antes de me atracar com eles, em meio a rosnados e pensamentos furiosos. Fomos os três para dentro do lago, e a água voou para todo lado.
Sem pensar duas vezes, usando minha magia, reduzi suas blusas á trapos e usei-as para amarras suas mãos, fazendo-as voltar ao normal e imitando uma corda firme. Os dois rapazes pareciam desorientados e olhavam em volta. Quando seus olhos finalmente pararam em seu agressor, ficaram espantados por um instante antes de finalmente entenderem.
O outro de cabelos negros assentiu de leve, analisando as minhas caudas que ainda balançavam furiosamente atrás de mim. Mas agora eu não demonstrava minha raiva, como sempre. Odiava perder o controle de mim mesmo – isso era inaceitável. Se eu queria criar um bom mundo para que Tomoe pudesse passar seus dias com tranquilidade, eu tinha que ser o primeiro a ficar tranqüilo. Mas quando eu pensei em alguém tocando nele, chegando perto de sua pele branca e macia, tocando carinhosamente seus cabelos... Mão que não eram minhas...
Surpreendentemente, eu estava pensando naquelas pessoas como carinhosas com meu Tomoe e não como violentas... Então, por que aquilo me trazia um sentimento ruim no peito?
O de cabelos pretos continuava em silêncio. Eu não queria liberá-los; era de minha natureza matar os inimigos e proteger Tomoe, mas eu sabia bem que a história deles era realmente aceitável e bem possível.
Olhei uma vez para Tomoe, inocente em seu meio amável e voltei meus olhos para os homens e uma idéia insana me surgiu.
As blusas se desfizeram de suas mãos e ambos passaram os dedos pelos pulsos machucados. O Moreno parecia um pouco perturbado, mas logo se suavizou quando viu Tomoe. Eles não pareciam más pessoa,s mas eu seria cuidadoso. Queria me testar contra oponentes reais, já que o velho havia me abandonado.
Seria um dia interessante.